A Sombra de Stálin: Um filme que agrada a Direita, desagrada à Esquerda e enche de indignação boa parte das duas
Redação Com Informações da FEN e Netflix
No começo da noite deste domingo (08) estamos estreando aqui no Rosário Notícias a Coluna Dicas do RN e como estamos vivenciando nos últimos anos até o momento atual, a polarização política entre os Partidos de Esquerda e os Partidos de Direita no Brasil e também estamos acompanhando pela Imprensa Nacional e Internacional, a guerra por territórios entre Rússia e Ucrânia, a nossa dica de estréia tem a ver com estas duas situações.
A nossa dica de estréia é o filme A Sombra de Stalin que foi lançado em 2019 na Polônia que mostra a experiência de Gareth Jones, um jornalista galês que foi o primeiro a revelar a chocante verdade por trás da utopia soviética e do regime de Josef Stalin: o genocídio da fome na Ucrânia perpetrado em 1933 pela antiga União Soviética.
Vamos dar somente um pequeno spooler a você e vamos começar salientando que a história e enredo deste filme é muito relevante não só por dar um pouco de contexto histórico para a relação entre Ucrânia e Rússia, países que estão em guerra no momento, mas também por relembrar a importância do jornalismo em tempos incertos.
À Sombra de Stálin é um filme que agrada a Direita, desagrada à Esquerda e enche de indignação boa parte das duas e todos os demais espectros da política. É uma denúncia contra o jornalismo engajado praticado pela Imprensa Ocidental nos anos de 1930, durante o período stalinista da União Soviética, que intencionalmente faz a vista grossa para a grande fome deliberada que assola a Ucrânia, responsável pela morte de cerca de 7,8 milhões de ucranianos (1932/1933, conhecida como Holodomor).
Apontada como celeiro da União Soviética, toda a produção de grãos da Ucrânia é levada para Moscou, deixando a população ucraniana à mercê da fome e das doenças dela decorrentes; com cadáveres espalhados por todo o território, enquanto a Imprensa, representada por Walter Duranty, do The New York Times, participa de festas e orgias patrocinadas pelo regime soviético, envolvendo os demais jornalistas credenciados pelo governo, enviando para seus países apenas reportagens favoráveis à imagem de Joseph Stálin.
O filme narra e mostra tudo na figura de Gareth Jones, um jovem jornalista galês que atua como freelancer e também como assessor internacional de Lloyd George, primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Após conseguir a façanha de viajar no avião oficial de Adolf Hitler e entrevista-lo, ao lado de Joseph Goebbels, o jovem Jones se torna um dos poucos jornalistas estrangeiros a entrevistar o chanceler alemão.
De volta a Londres, ele anuncia a Lloyd George, que a guerra da Alemanha havia começado com o incêndio no Reichstag (evento ocorrido em 27 de fevereiro de 1933) e que essa informação lhe fora passada pelo próprio Goebbels. Ele orienta o primeiro-ministro britânico afirmando que a única forma de vencer a guerra contra a Alemanha (que começaria seis anos mais tarde), seria uma aliança com a União Soviética. Lloyd não apenas não acredita como o demite do cargo de assessor.
Intrigado com as reportagens positivas sobre o crescimento da economia soviética, Jones faz contas e chega à conclusão de que há algo de errado naquele país e decide entrevistar Stálin e para ele, a URSS não tem dinheiro para tantos investimentos anunciados e decide saber quem patrocina o governo.
Sem o apoio do governo de Lloyd, ele vai por conta própria à Moscou para encontrar um jornalista amigo, que foi assassinado três dias antes de sua chegada. Ridicularizado pelos colegas de imprensa, que o acusam de ser espião britânico e sem conseguir entrevistar Stalin, ele consegue viajar para a Ucrânia, onde constatou o drama da população local. Coube a ele denunciar a tragédia ucraniana.
Agora, vejam o filme tanto pela Amazon Prime ou pela Nettflix e tirem suas próprias conclusões sobre o magnífico trabalho de Jones.