Redacao

Em Rosário Oeste, as mesas dos botecos são o verdadeiro coração pulsante da cidade. É ali, entre goles de cerveja gelada, petiscos e porções, que se desenrolam as conversas mais animadas sobre o que acontece nos bastidores políticos.

Os clientes se esforçam para falar mais alto que os vizinhos, cada um tentando ser ouvido enquanto as músicas dos anos 80 e 90 se misturam com sertanejo, funk e até samba, criando uma atmosfera de descontração e desabafo. Entre uma dose de cachaça e outra, a política local é debatida fervorosamente, seja nos grupos de WhatsApp ou nas conversas de mesa.

Mas, enquanto a cerveja rola solta e o som de lambadão e rasqueado cuiabano embala as discussões, o cenário eleitoral de Rosário Oeste ganha contornos cada vez mais tensos.

As eleições municipais estão se aproximando, e a escolha do próximo prefeito e dos vereadores que comporão a Câmara Municipal está sendo marcada por uma verdadeira batalha de interesses.

A cidade, que sempre foi palco de debates calorosos e articulações de última hora, agora enfrenta a pressão de caciques políticos que tentam forçar alianças às custas das vontades locais.

Os rumores que circulam nos botecos e na cidade revelam uma tentativa de imposição por parte do deputado Max Russi, presidente estadual do PSB em Mato Grosso.

Supostamente, Max estaria pressionando o Podemos de Rosário Oeste, liderado pelo advogado Dr. Carlos Mendes, conhecido como Dr. Carlinhos, para que apoie a candidatura do pecuarista Mariano Balaban.

A estratégia do PSB seria forçar uma aliança que desconsidera a vontade dos pré-candidatos a vereadores do Podemos, criando um clima de revolta e resistência entre os envolvidos.

A história se repete com um toque de sarcasmo: enquanto Max Russi se consolidou como um político habilidoso e bem-relacionado, garantindo sua posição de destaque na Assembleia Legislativa e preparando o terreno para a reeleição de sua esposa em Jaciara, em Rosário Oeste a situação não é tão simples.

O governador Mauro Mendes, que se tornou aliado do atual prefeito Alex Berto, também está envolvido na disputa, complicando ainda mais a já turva cena política local. A pressão sobre os pré-candidatos a vereadores para que apóiem Balaban só intensifica a frustração e o clima de disputa entre os grupos.

Com a convenção do PSB marcada para o dia 4 de agosto e a do Podemos para o dia 5 de agosto, a cidade se prepara para mais um round de negociações e promessas.

Será que o jogo político em Rosário Oeste seguirá a lógica de sempre, com acordos de última hora e articulações escondidas e depois a vontade dos grandes caciques políticos imposta aos grupos locais? Ou veremos uma mudança real na forma como as decisões são tomadas, levando em consideração as vozes locais que frequentemente são ignoradas?

E assim, enquanto a cidade se prepara para os próximos desafios eleitorais, fica a pergunta: será que em Rosário Oeste, como nos botecos, o verdadeiro poder estará nas mãos dos que sabem como fazer o “barulho” certo ou o “barulho” será feito por alguém que não é desta “paróquia”?